O que é o estado supremo da consciência?
São Paulo chamou-o de “a paz que está além de todo entendimento” e R.M. Bucke designou-o de “consciência cósmica”. No Zen-budismo, emprega-se o termo satori ou kensho; no yoga, samadhi ou moksha e, no taoísmo, o “Tao Absoluto”. Thomas Merton utilizou, para descrevê-lo, a expressão “inconsciente transcendental”; Abraham Maslow criou o termo “experiência máxima”; os sufis falam de “Fana”. Gurdjieff qualificou-o de Consciência Objetiva”, ao passo que os Quacres chamam-no de “a Luz Interior”. Jung referiu-se à “Individuação” e Bubber falava da “conexão Eu-Tu”. Quaisquer que sejam, porém, os nomes dados a esse fenômeno antigo e bem conhecido — luz, iluminação, libertação, experiência mística —, todos eles dizem respeito a um estado de percepção radicalmente diferente de nossa compreensão comum, de nossa habitual consciência desperta, de nossa mente diária.
Além disso, todos concordam em qualificá-lo como o estado supremo da consciência: uma percepção autotransformadora de nossa união com o Infinito. Está além do tempo e do espaço. Trata-se de uma experiência da infinitude que é a eternidade, da unidade ilimitada com toda a criação. Nossa percepção sensorial do “eu”, socialmente condicionada, despedaça-se e destrói-se devido a uma nova definição da pessoa em si, do eu. Nesta redefinição da pessoa em si, torno-me idêntico a toda humanidade, a toda vida e ao universo. As habituais fronteiras do ego desfazem-se à medida que o ego ultrapassa os limites do corpo e, de súbito, torna-se um com tudo aquilo que existe. O eu torna-se integrado à Alma Superior, tal como Emerson a denominou (e talvez integrado ao que Arthur Clarke, em Childhood’s End, chamou de Mente Superior). O Eu torna-se abnegado, o ego surge como uma ilusão e o jogo do ego chega ao fim. O Maitrayana Upanishad expressa-se deste modo: “Após perceber seu próprio eu como o EU, um homem torna-se abnegado. (…) Este é o mistério supremo.”
John White
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