sábado, 30 de março de 2013

Intuição Feminina


"A mulher, mais do que o homem, é capaz de prever o curso dos factos e de dar conselhos, no sentido de harmonizar a conduta humana com o destino. Essa é a razão da sua invulnerabilidade e da sua santidade sacerdotal, como pode ser provado entre os címbrios. É desnecessário repetir as palavras céleres de Tácito sobre o sanctum et providum das mulheres germânicas... Essa postura foi mantida no norte até o cristianismo começar a perseguição às videntes, por considerá-las feiticeiras..."
E. Neuman


Intuição feminina
Reza a lenda que Deus criou o homem primeiro. Talvez seja exatamente por isso que a mulher já tenha vindo ao mundo numa versão mais atualizada e com direito a alguns upgrades. Prova disso é que você provavelmente já ouviu falar em intuição e ela quase sempre vem acompanhada da palavra ‘feminina’. Não é à toa. Vira e mexe nós somos surpreendidas por aquela vozinha dentro da gente dizendo ‘faz isso’, ‘não faz aquilo’ e que, apesar da semelhança, não são ecos dos conselhos de nossas mães. E se não damos ouvidos, quase sempre terminamos nos lamentando pelos cantos: ‘alguma coisa me dizia que eu não devia... porque eu não ouvi minha intuição?’. 

Essa palavras acima são de Luciana Esteves, do Bolsa de Mulher, em o Estilo de Viver.
Todas nós sabemos que todos nascemos com a intuição aguçada, mas, com o passar do tempo, aos poucos, parece que os homens vão deixando essa voz interior, chamada “sexto sentido”, sumir dentro de si.

Mas o que será determinante para que esse sexto sentido tenha
se tornado hoje para a maioria como "Intuição feminina"?
Este é um segredo do gênero feminino.
É certo que existem dados científicos que atestam as diferenças existentes entre o cérebro masculino e feminino desde o desenvolvimento fetal até a fase adulta. A mulher tem, em seu cérebro, mais pontos de transmissão entre seus dois hemisférios e ainda mais, consegue ouvir perfeitamente enquanto fala – algo que é por demais complicado para o homem.
Conseqüentemente, nós mulheres temos a capacidade espetacular para lembrar de detalhes de acontecimentos passados, associada à habilidade de detectar intenções por detrás de ações.

Carl Jung comparou a intuição a uma bússola, uma função da psique que desvenda possibilidades. Envolve a comunicação dos dois hemisférios do cérebro: o esquerdo, que é racional e armazena dados concretos - números, palavras e regras; e o direito, responsável pela linguagem não-verbal - símbolos, imagens e sensações. Relacionar o que vem de um e do outro é intuir. Por isso a intuição está diretamente ligada a nós mulheres, à sensibilidade, receptividade, compreensão, subjetividade. Somos mais emocionais do que racionais, mais sensíveis a essa comunicação.

Conseguimos nos concentrar em pormenores que, mesmo não aparentes, estão sutilmente interligados com a ação em si. Assim, percebemos, por exemplo, uma pessoa mal intencionada, não necessariamente na ação dessa pessoa, mas no que motiva esta ação.

Nós mulheres captamos o estado emocional de uma pessoa ouvindo o que ela diz e observando seus gestos e atitudes muito mais facilmente que muito homens.
A intuição feminina advém do interesse e cuidado com os sentimentos e emoções dos outros, por isso, somos capazes de perceber os pequenos detalhes que os envolvem. Na prática, a diferença está no fato de que conseguimos: 1) ler e interpretar os gestos e sinais corporais, não isoladamente, mas em grupos, 2) analisar rapidamente sua coerência, e 3) correlacionar tudo, considerando o contexto. E isso tudo ao mesmo tempo!
Mas herdamos isso de tempos bem longínquos, de quando a sociedade era matrifocal, ou seja, centrada na figura da mulher.
O homem admirava sua companheira pois ela era a representação do divino, das estações do ano, das lunações, do dia e da noite. Ela era uma representação da própria Deusa que regia os ciclos da Terra.

Para sobreviverem melhor os homens e mulheres com suas famílias solitárias começaram a se unir em agrupamentos sociais, ou seja, passaram a viver em coletividade, formando seus grupos ou tribos.
Puderam se espelhar, se reconhecer e se descobrirem olhando uns aos outros, e dividindo-se em tarefas e afazeres.
Os homens por serem mais resistentes estruturalmente dedicaram-se a subsistência da caça e das longas viagens para que pudessem, destas retornar, com bons alimentos, roupas, madeiras e objetos para a estrutura de suas aldeias.
As mulheres se dedicaram a plantação, a criação das crianças, o artesanato, aos afazeres e da manutenção dessas aldeias enquanto os homens estavam fora.
Dessa forma nossas Antigas Mulheres puderam observar mais, vivenciar mais, os momentos o que aconteciam a sua volta.

Talvez venha dessa época, sendo aprimorada ao longo dos anos, a nossa percepção múltipla de acontecimentos, e dessa percepção a nossa sensibilidade de interligar-se a esses momentos aflorando a nossa intuição.

Talvez para você que leia esse artigo eu esteja totalmente errada, mas uma coisa não dá para negar: nós mulheres pressentimos acontecimentos e deduzimos ações antes que elas aconteçam.

Feiticeiras como Erich Neumann diz?

Mas, ...como já dizia Rita Lee, “mulher é bicho esquisito...”.


Tamaris Fontanella (Ayesha Tamarix)
Terapeuta Analista Corporal, Terapeuta Bioenergética, Holística e Theaterapeuta (Sagrado Feminino).
www.espacoanima.com.br
www.tamarisfontanella.com.br




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