sexta-feira, 26 de abril de 2013

Efeitos da luz na sociedade atual



Já há algum tempo, me pergunto sobre por onde andam os sapos?
 


Quando era criança vivia a ouvir sapos por onde fosse, nos jardins, nos lagos, nas praças, etc.
Quando me deparei com o texto escrito por Alessandro Barghini, pesquisador do Instituto de Eletrotécnica e Energia do Laboratório de Estudos Evolutivos do Instituto de Biociências da USP, onde ele discorre sobre os efeitos das luzes na vida do planeta, em seu livro “Antes que os Vaga-lumes Desapareçam” fiquei impressionado .
Afirma o referido autor que, as vaga-lumes fêmeas atraem  seus machos para acasalamento, e começam a brilhar assim que as luzes do dia ficam menores que 0,5 lux ( medida de intensidade luminosa), equivalente a uma noite de lua cheia. Como as luzes das cidades hoje são muito mais fortes que isto, a fêmea não pisca, o macho não é atraído, e eles não se procriam, quebrando parte da cadeia alimentar do planeta.
Isto justifica em parte, o fim dos sapos por exemplo.
A luz artificial intensa provoca um desequilíbrio no meio ambiente terrível. Para o qual os seres vivos não estão programados.
Nestes bilhões de anos, o planeta passou por alternância de períodos entre a claridade e a escuridão, todos os seres evoluíram utilizando estas alternâncias para estruturar suas atividades.
A iluminação artificial trouxe para os habitantes do planeta, no mínimo, uma desorientação do modus vivendi.
Um dos grandes exemplos disto é o que acontece com as aves migratórias, e as floradas que se antecipam por uma desordem em seus instintos.
Os filhotes de tartarugas quando encontram praias iluminadas se dirigem para a luz e não para a praia, tornando-se assim, presa fácil para os predadores.
Já as aves migratórias, em dias nublados, ficam desorientadas e se perdem sem rumo definido e são levadas a morte precoce. 
Os insetos como os coleópteros e os lepidópteros (Mariposas), que tem limitado controle de vôo, acabam por se chocar nas lâmpadas e morrem.
No caso dos hematófagos, que se alimentam do sangue dos mamíferos, a luz os atrai para perto dos homens, facilitando a transmissão de doenças.

A iluminação noturna intensa rompe os ritmos circadianos e determina alterações profundas no metabolismo.

Nas aves, antecipa a época de postura e os filhotes acabam nascendo num período não propício.

 

No ser humano, por ter sistemas muito complexos, as conseqüências são variáveis de indivíduo para indivíduo.
A curto prazo a luz artificial inibe a produção de melanopsina que é um hormônio fundamental para facilitar o sono.

Na prática a luz manda uma informação ao cérebro dizendo que ainda é dia, e assim este mantém o corpo em estado de hiperexcitaçao, causando a insônia.
A longo prazo, as consequências podem ser funestas. Em alguns indivíduos, pode ate induzir a doenças crônicas degenerativas.
Esta confirmado, por exemplo, que em mulheres na menopausa, a iluminação intensa noturna pode aumentar a probabilidade de câncer de mama.

Porém as radiações mais nocivas ao ser humano são as de alta energia  e  de ondas curtas como as ultravioleta usadas em bronzeamento artificial.
Estas ondas de alta energia produzem reações mais intensas e favorecem as doenças degenerativas como câncer de pele e cataratas. Estas mesmas ondas são usadas pelas aves e insetos para se orientarem.

Então sempre que tivermos que usar lâmpadas de ultra violeta e azul intenso temos que fazer com bom senso para não influenciarmos negativamente a natureza, e assim minimizarmos o impacto ambiental.
Existem hoje recomendações internacionais que indicam claramente o caminho a ser adotado.
O uso de luminárias com feixe de luz dirigido e lâmpadas eficientes amarelas ( vapor de sódio) são as ideais.
Por causarem menos agressões ao meio ambiente, mesmo não sendo as ideais para melhor observação das cores.

Como encerramento resta salientar que:
“Praticamente todos os seres vivos são afetados pela iluminação artificial excessiva. A forma mais imediata de influencia é a desorientação” 

texto de: Carlos Aar Oliveira

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